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CULTURA DE ENCONTRO / A construção do diálogo
Paulo Cesar Portellada
Filósofo, pós-graduado em Direitos Humanos
Atua na Diretoria do Núcleo
Maximiliano Kolbe de Direitos Humanos
Pesquisa Religião e Pós Modernidade na
Universidade Metodista de São Paulo
23 de Junho de 2015
Textos, contextos. Palavras, aparentemente inofensivas, neutras, indolores. Carregadas são, entretanto, de sentidos, valores, sentimentos, projetos.
Textos, discursos - aparentemente inofensivos. Atingem, todavia, nossos olhares, mentes, conceitos. Vivemos numa sociedade complexa, em que os discursos acabam por influenciar nossas vidas e práticas, em todos os nÃveis e formas.
Temos percebido que nossa sociedade está cada vez mais violenta, intolerante, raivosa. Os discursos - e práticas - religiosas, parece-nos, se constituem de vital relevância para a construção deste viver que se torna, cada vez mais, excludente e destruidor de humanidades. Sim, destruidor de humanidades, pois o ser humano é um ser social, de diálogo, de encontros.
O que me faz construir minha identidade são os grupos em que estou imerso, as pessoas, rostos, dificuldades encontradas. O que sou, frágil e dependente da Graça, o construi por conta das pessoas que minha vida percorreram, toques, sensações, sensibilidades.
Devemos o que somos ao outro que nos toca, fere, dialoga, desafia, ama. permitir o acesso ao diferente e contraditório, à pluralidade, é garantir espaço de questionamento de si, de nossos valores e práticas - pessoais, religiosas e sociais. É, pois, o único espaço e possibilidade para rever nossa vida e crescer em humanidade, em sensibilidade. Humanidade que, de fato, se reveste e se consubstancia pela vivência do Amor, solidariedade, fraternidade, festividade do encontro alegre de se sentir, concretamente, irmãos.
Começamos aqui a construção - possa Deus nos inspirar - de um espaço de reflexão, diálogo e promoção de iniciativas de pessoas, instituições e igrejas que promovam o encontro e a promoção da Paz, fruto do amor e da Justiça.
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