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"SUA IGREJA NÃO É A VERDADEIRA" / Padre Nilton, da Igreja Católica Brasileira e o drama da perseguição contra sua pessoa

 

Nilton Ferreira da Silva

06 de Janeiro de 2019

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Meu nome é Nilton Ferreira da Silva e sou padre da Igreja Católica Apostólica Brasileira, uma separação da Igreja Católica Apostólica Romana.

No ano de 2012 iniciei um trabalho em um pequeno templo, localizado à Estrada Cruz das Almas, 753, no bairro de Santa Cruz, na cidade do Rio de Janeiro.

Isto atraiu a fúria de alguns fiéis católicos romanos vizinhos ao templo, que passaram a abordar pessoas que frequentavam minhas missas, sob a alegação de que eu não era padre e diziam também que eu era um pilantra.

Ora, em nenhum momento me apresentei como “padre romano”. Para todos os que frequentam minha igreja, sempre fiz questão de ressaltar que sou “padre da igreja brasileira”, que para mim a “igreja de Roma” é outro instituição religiosa. Nunca em nenhum momento usei de má-fé. Uso o ritual de minha denominação e os paramentos específicos de minha igreja.

Quanto à nomenclatura “padre” é bom lembrar que, juridicamente, não existe nenhum organismo que discipline tal profissão, não se podendo, desta forma, dizer “falso padre”, incorrendo no art. 140 do Código Penal, supracitado.

É claro que não posso me apresentar como “padre católico romano”, o que configuraria falsidade ideológica, de acordo com o mesmo Código Penal:
“Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”.

Somando-se a esta campanha verbal, começaram a ser colocados na caixa de correio deste pequeno templo, bilhetes injuriosos contra minha pessoa e contra minha esposa (em minha denominação o padre pode casar).

Procurei, então, as autoridades romanas, que nada falaram.

Todavia, no dia 5 de janeiro de 2014, uma senhora chamada Fabian, jogou o carro em minha direção, próximo à minha igreja, quando andava para celebrar a missa. Como ando de batina cinza (hábito oficial da Igreja Brasileira), esta senhora agiu com dolo, parando o carro um metro depois e começando as injúrias.

Como ela observou que estava olhando para a placa do carro, saiu em disparado. Após a missa, fui à delegacia e lá registrei um “B.O.”.

Esta senhora não é católica romana praticante, mas o que me impressionou foi a questão do desrespeito e dela se referir a mim como “falso padre”.

Processei esta senhora e ela foi condenada em R$ 4.000,00 (processo 0004299-91.2014.8.19.0206).

Meses após este lamentável incidente, iniciei obras no meu pequeno templo.

Uma senhora, então, Dona Maria Lúcia, catequista na Capela São João Batista (acho que é este o nome), adentrou em minha igreja. Estava lá um pedreiro, senhor Geraldo, trabalhando. Esta senhora, então começou a dizer que “esta igreja não existe, não está ligada ao Papa” (dentro do meu templo). O pedreiro, então, interpelou dizendo que ela deveria “falar com o padre Nilton”, no que esta senhora respondeu “ele não é padre p... nenhuma”.

Ao chegar de meu trabalho secular, o senhor Geraldo me relatou o que ocorreu, o que não pude acreditar. E, assim, tive que procurar o Judiciário mais uma vez, processando esta senhora (0008431-94.2014.8.19.0206 ). Ela foi condenada a não mais se pronunciar sobre a Igreja Brasileira ou sobre minha pessoa, sob pena de execução.

Concomitante a isto, os bilhetes continuaram e continuavam. Sempre anônimos.

O ultimo incidente foi no cemitério de Santa Cruz, no dia de finados (02.11.2016), onde uma senhora católica interrompeu minha missa para falar impropérios. Foi gerado mais um processo judicial (0028582-13.2016.8.19.0206). Foi condenada em definitivo no fim de março deste ano de 2018 a me pagar 2.500,00.

O mais estranho é que a catequista e a coordenadora não foram afastadas de seus cargos. Inclusive a última foi até promovida a coordenadora de uma importante capela romana (São Jorge - Largo do Bodegão) aqui da região por um sacerdote chamado Padre Samuel.

Meu caso foi noticiado no EXTRA (https://extra.globo.com/noticias/rio/igreja-catolica-brasileira-em-santa-cruz-sofre-com-ofensas-mulher-foi-condenada-22542303.html).


O caso está agora nas mãos do Ministério Público.

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